Restos de Gravidade. Foto: Filipe Espindola
Quem comeu Morreu Tumba, meus caros amigos fetais. Somos abortos de felicidade, rompantes de vida que não aconteceu ainda. Somos os zumbis dos pomares, assustando as criancinhas que soltam balões de São João. Isto não vale nada se não for por um bom motivo. Mas eu não tenho só bons motivos, tenho maus também e aqueles que não são nem bons nem maus, mas apenas motivos. Quem comeu não fui eu, não foi Herodes e não foi minha mãe. São coisas de gente desempregada, recém-formada, contando os dinheiros para pedir um chopp para três. Na Gávea.
Ui, ui, ui
ResponderExcluirsao coisas de menina-joao, de quem aos seis me disse nao, de quem com Dirce rolou no chao, de quem sabe assar ate pao, de quem eu nao abraco ha um tempao, de quem se tatuou do irmao, e que em Campinas prestou audicao, de quem ja cantou, dancou e fez suspensao, de quem ta sempre em evolucao, ou revolucao, ou circunscricao, ou alguma forma de criacao, de quem ja teve um cabelao, na epoca em que tocava violao e que gostava mais de ir pra sarau do que de fazer licao, de quem eu conheci na escola de aplicacao, e que vai sempre morar aqui dentro...
ResponderExcluirGostei...!
ResponderExcluirintensidade de entranhas estranhas. entranhas vivas e tão latentes. gostei muito.
ResponderExcluirtalvez vc goste no nosso projeto artístico-literário:
http://entranhasvermelhas.blogspot.com/
acho que temos alguma conexão.
abraços estranhos.