QUÊ?

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Performer e pesquisadora de práticas de corpo limite. Formada em Performance pelo curso de Comunicação e Artes do Corpo (PUC-SP). Tudo mentira.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

QUEM COMEU MEU BOLO FETAL?

Restos de Gravidade. Foto: Filipe Espindola


Quem comeu Morreu Tumba, meus caros amigos fetais. Somos abortos de felicidade, rompantes de vida que não aconteceu ainda. Somos os zumbis dos pomares, assustando as criancinhas que soltam balões de São João. Isto não vale nada se não for por um bom motivo. Mas eu não tenho só bons motivos, tenho maus também e aqueles que não são nem bons nem maus, mas apenas motivos. Quem comeu não fui eu, não foi Herodes e não foi minha mãe. São coisas de gente desempregada, recém-formada, contando os dinheiros para pedir um chopp para três. Na Gávea.



terça-feira, 19 de outubro de 2010

No fundo das garrafas

De um mergulho transbordante, saí escolhendo feijões. Bordando pelas bordas, Rê Bordosas e borderliner, recosto numa fronteira e faço dela minha casa.

E ofereço brindes:

1º brinde aos masoquistas, 2º brinde aos suicidas, 3º brinde aos esquizos, 4º brinde aos órfãos de toda espécie, 5º e último brinde aos embriagados e entorpecidos.


Me agradam os exilados e os sem-lugar. São aqueles que migram, que fragmentam seus corpos e são parte de todos os lugares, que ainda são tão poucos para o que querem (furtos em Pessoa). E o que quero também é bem pouco e bem muito. Como as crianças dizem "quero brincar bem muito!".


Eu e você somos esses corpos a que brindo também.


E como manda a etiqueta, dizemos "saúde". Saúde e saudades, no fundo das garrafas.




Foto: André Moreira.